Não sei quanto a vocês, 6 leitores deste blog, mas tenho problemas sérios em supermercados, a ponto de me considerar um (anglicismo-safado-a-la-Sra.Parda) supermaket-challenged. Agora que moro sozinho, e para não virar refém de paradinhas e vendinhas que cobrar R$ 4,50 numa Coca-Cola, sou forçado a visitar freqüentemente estes monumentos ao consumo em massa.
Vários são minhas dificuldades: de início, costumo fazer minhas compras após o trabalho, quando estou cansado e morrendo de fome. Ao arrumar as novas aquisições (sempre depois de um bom banho – agora obrigatoriamente gelado – e de barriguinha cheia), percebo as merdas que fiz: embutidos de R$ 5 que mal alimentam uma pessoa, mostardas de R$ 10, sucos que nunca vou tomar...
Problema 2: os colegas compradores. Sucessivamente variando entre o yuppie voraz que não pode perder um minuto na fila, e a cocota cujo auge da semana é a feira no mercado ou a família de pai-mãe-três filhos remelentos que não param de gritar. Na variação entre lerdeza e desespero, com trilha sonora de choro/”clássicos da MPB”, fico nauseado.
Pior são as filas de 10 ou, no caso dos mega-supermercados (um absurdo do naipe dos achocolatados de chocolate), 20 produtos. Enormes, lotadas, demoram muito mais justamente porque a grande maioria (inclusive o que vos escreve) extrapola o limite máximo. Na minha frente, hoje, tinha um cara com uns 70 itens. Sem sacanagem. A tiazinha do caixa, como sempre, deixa rolar. O que me traz ao ponto deste post: vocês já viram alguém ter de deixar itens de fora por ultrapassar a faixa delimitada de produtos compráveis?
Tendo percebido isto, fiz um pequeno experimento sócio-antropológico: propositadamente, estou a comprar mais de 20 itens (um dos fatores que me deixa sem dinheiro no final do mês). Nas últimas 4 vezes que fiz compras, sistematicamente levei para fila mais de 20 produtos. Hoje chequei no meu máximo (porque, embora em uma empreitada científica, tenho, como todos os antropólogos, minhas próprias noções de certo e errado): 32 produtos. 32! Numa fila de 20! A atendente ainda me perguntou se eu queria levar mais alguma coisa. Quase perguntei para ela se ela estava falando sério. Mas, como pretendia levar tudo desta vez, fiquei de bico calado.
Templo do consumo, constante incentivo às compras. É por isso que ouso dizer que nenhum de vocês responderá afirmativamente à pergunta que fiz. Nenhum gerente vai chegar num cliente disposto a pagar 130 mangos e dizer que ele só pode consumir 70 reaus.
Enfim, experimento realizado, ponto provado, jantar de baguete de gergelim, vinas em latas e molho barbecue de R$ 19. It’s all good.
quinta-feira, 5 de março de 2009
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vininhas enlatadas rules!!!
ResponderExcluirbem, no mercado "Caixão" as meninas do caixa não passam mais de 10 volumes nos caixas rápidos, nunca vi expulsarem alguém, mas já vi falarem pro carinha com carrinho ir para outra fila pois aquela era de 10 volumes.
E quanto a comprar coisas ridículas no mercado, eu sou campeã, ah e adoro comprar coisas novas e diferentes sempre que eu vou, então a margem para erros é enorme!!!!